A bandeirinha

Há uns anos, o ex-arrumador de carros viu o seu punho chocar abruptamente contra o estômago de um árbitro, no MUndial de futebol da Coreia do Sul. Pouco tempo depois, uns quantos jovens mal educados ao serviço de uma selecção nacional de futebol destruíram um balneário em França.

Entretanto, um cidadão foi morto em pleno Estádio Nacional por um adepto de uma equipa adversária. A Federação Portuguesa de Futebol recusou-se a pagar uma compensação (50 000 euros) à família durante vários anos.

Uma outra cidadã francesa espera há anos que o Estado português deixe de recorrer a mecanismos legais dilatórios cujo único objectivo é o não pagamento de uma indemnização a que legitimamente tem direito: 3000 euros.

Portugal é uma país que se empertigou internacionalmente na defesa dos Direitos Humanos em Timor – mas nega uma recepção condigna ao Dalai Lama: por motivos de agenda política – o nosso Primeiro prefere receber Bob Geldof, organizador do primeiro Live Aid.

Há poucos meses, um zequinha qualquer roubou o cartão vermelho das mãos do árbitro que dirigia o jogo de mais uma selecção nacional de futebol.

Hoje, vejo com espanto que um indivíduo que ganha 1000 euros por hora é promovido a capitão da selecção nacional de futebol na mesma semana em que se soube que esteve envolvido em mais um escândalo de relacionamento com prostitutas. Para ídolo da juventude, não está nada mal.

E para cúmulo, um seleccionador erigido em herói nacional por alguma imprensa sedenta de sangue, mostra a sua combatividade pelo país (que lhe paga um régio ordenado à custa da Caixa Geral de Depósitos) agredindo um adversário.

Arranjem-me um motivo para ser patriota.

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