Tinha eu 18/20 anos e passava as 5ªas à noite, e depois também os domingos de manhã, a ouvir Júlio Machado Vaz, Aurélio Gomes e o saudoso José Gabriel na então Rádio Nova, n’O Sexo dos Anjos. Habituei-me desde aí a prestar atenção ao que o bom murcon diz.
Ouvi hoje Júlio Machado Vaz dizer, na Antena 1, que o comportamento dos jovens delinquentes portugueses em Llorete del Mar é inadmissível; e que é preocupante que uma das criaturas, entrevistadas pelos OCS, tenha dito que “foi apenas uma brincadeira e é um bocado exagerado terem sido expulsos só por aquilo”. Falta-lhes sentido de respeito e de responsabilidade, diz JMV.
Sucede que Eduardo Sá, muito na linha de Daniel Sampaio, diz que é bom que os adolescentes confrontem os seus pais e professores, pois faz parte do processo de crescimento. Suponho então que Eduardo Sá não tardará a desculpar os marginaizinhos de Lloret del Mar com os seus modelos pedagógicos tão compreensivos e pós-modernos.
Também esta semana um dirigente futeboleiro fez considerações de muito mau gosto sobre a Comissária da PSP que coordenou as operações de segurança do SLB-FCP. Na linha de Eduardo Sá, com toda a razão: há que confrontar a autoridade, seja em que moldes for.
No dia em que apanharem duas bofetadas no focinho, mudam de opinião.
que o LFV é cromo, já se sabe. mas os gajos da claque do porto não escapam a este teu reparo!
os escoceses enfardavam 3 secos e portaram-se dignamente no mesmo sítio em que esses palhaços ditos adeptos do porto mostraram aquilo que são: bárbaros, vândalos, ou outro adjectivo do género
Os adeptos do Porto, especificamente os super dragões, são lixo. E como portista só posso lamentar que pertençam ao meu clube. Mas esta não é uma questão de adeptos do Porto, de adeptos do benfica ou adeptos do Sporting: é que todos eles são portugueses – e , lamentavelmente, é este o povo que somos.
Mas, e por isso não referi o nome do LFV, o problema a que me referi não é um problema clubístico: diria a mesma coisa se fosse qualquer outro dirigente, mesmo que do meu clube. (“nós só queremos ver Lisboa a arder”: lembras-te? Pinto da Costa não reagiu! Fez bem? Não fez. Mas fez-se acompanhar da guarda pretoriana quando se dignou comparecer em tribunal. Não há coincidências…) A questão é que sou da opinião, talvez errada, que a autoridade deve ser questionada. Eu próprio já o fiz, mesmo nos fóruns de discussão na internet. *Mas* deve ser questionada quando temos conhecimentos ou acreditamos que temos razões para isso. Ora, o que acontece neste caso é que LFV questiona a autoridade da polícia *apenas* com base num argumento — “o que a sra comissaria quer é exibir-se”. E isto não é um argumento – é um ataque pessoal sem nada que o justifique. É uma falácia, como muito bem sabes. Com a agravante de ser qualquer coisa que faz escola, pois parece ser *comum* e *normal* que as pessoas se insultem mutuamente em público. Repara que é esse o registo das discussões na internet à volta do Nuno Crato e do eduquês: insulta-se o homem, diz-se que ele é fascista e retrógrado – mas ainda não li UM ÚNICO argumento que provasse que não é verdade cada uma das coisas que estão no livrinho.