Será que a introdução de culturas transgénicas justifica a desobediência civil?
Quanto a mim, sim.
Já se os editorialistas do DN julgam que a defesa de um ambiente mais saudável para todos, assunto sobre o qual todos deveríamos estar francamente mais esclarecidos, é confundível com a “cultura” Okupa. Provavelmente, nunca ouviram falar no Princípio da Precaução…
Quando as entidades estatais cedem ao poder económico, às grandes multinacionais como a Monsanto, quando revelam falta de espinha, acho que as pessoas devem desobedecer às leis e respeitar a sua consciência. Foi assim que em França, com José Bové, se tomou consciência colectiva do crime ambiental que são os transgénicos. Os fora de lei que se revoltaram contra os transgénicos foram absolvidos pelos tribunais franceses. Por cá, os ministros dão o exemplo alimentar, dizendo que não há BSE e comem vitela em directo. Acho que está explicada a loucura governativa das últimas décadas neste país: excesso de mioleira. País de camelos.
E eles a dar-lhe: numa infatigável demonstração de ignorância, eis que um Leonídeo qualquer alinha pelo mesmo discurso neoliberal do fim da fome para a humanidade (LOL!!!!!!!!!!!!) e das “vantagens” do desenvolvimento científico: http://dn.sapo.pt/2007/08/20/opiniao/o_milho_e_cultivado_7300_anos_minimo.html
Com bestas destas não há volta a dar a este país. Anda-me um paspalho destes a fazer de opinion maker para produzir prosas cheias de estrume? Que tivesse tido o bom senso de, pelo menos, se informar sobre o assunto…
Ok, ok, é verdade que a forma escolhida para protestar contra a introdução de transgénicos na nossa alimentação não foi a mais feliz – não é popular, é pouco subtil, empurra muitas pessoas contra a causa, que é nobre. Mas a verdade é que É NECESSÁRIO que todos compreendam o que está em causa – e se isso acontecesse, não seria apenas uma centena de manifestantes, mas uma população inteira. Mas Porto Alegre e Davos ainda são conceitos obscuros.