Cerca de 200 estudantes das escolas secundárias de Braga (Alberto Sampaio, Carlos Amarante, D. Maria II e Sá de Miranda) manifestaram-se ontem na Praça do Município contra os cortes no sector da Educação. A manifestação, que decorreu a nível nacional, teve como objectivo denunciar um corte de cerca de 500 milhões de euros, a juntar aos dois mil milhões registados nos últimos quatro anos, o que coloca em causa a qualidade da educação.
“O nosso objectivo é tentar acordar o Governo para as más condições físicas das escolas e para a falta de funcionários, bem como para o facto de haver 30 a 40 alunos por turma ser uma exagero” adiantou João Baptista, presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária Alberto Sampaio. O líder estudantil revelou que a solução passa pela não existência de “tantos cortes e com mais investimento”.
Uma opinião partilhada por Bruno Gonçalves, presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária Carlos Amarante, para quem a falta de professores é o problema mais sentido.”Notamosque os professores têm uma carga horária maior e há menos profissionais para mais alunos”. Bruno Gonçalves notou, ainda, “os cortes nos subsídios para o ensino profissional. O Governo tem-se atrasado nas transferências das ‘tranches’ e as escolas ficam sem dinheiro para o ensino profissional”, referiu o presidente da AEESCA. Os estudantes gritaram palavras de ordem como “Governo, escuta, os estudantes estão em luta.”
A manifestação estudantil mereceu o apoio solidário da Juventude Comunista Portuguesa (JCP). Num comunicado, a JCP revela que “perante um Governo autista, que governa ao arrepio da CRP (Constituição da República Portuguesa), que insiste em favorecer os mais ricos em detrimento de quem trabalha e vive honestamente – a prescrição do caso BCP é disso um curto mas elucidativo e incontestável exemplo, só a luta é a solução.”
A estrutura partidária dos jovens comunistas defende, também, que é preciso acabar com estas políticas que estão a destruir tudo o que se alcançou com o 25 de Abril.”