Nós partilhamos um só corpo: identidade e role-playing numa comunidade virtual portuguesa
Anabela Gradim
http://www.bocc.ubi.pt/pag/gradim-anabela-comunidade-virtual.pdf
Howard Rheingold popularizou a expressão “comunidade virtual” (conferir livro da Gradiva de 1993, “A Comunidade Virtual”), definido-a como agregados sociais surgidos na rede, quando os intervenientes num debate o levam por diante em número e sentimento suficientes para formarem teias de relações pessoais no ciberespaço”.
Neste texto, Anabela Gradim aprofunda e problematiza o conceito de comunidade virtual: definição, formação de identidades e sua relevância.
Coloca duas questões essenciais:
1. O que tem esta massa heteróclita de personagens e associações em comum para merecer o nome de comunidade?
2. Que problemas específicos importam estas pelo facto de serem comunidades virtuais?
Uma comunidade é, hoje, entendida como um “processo comunicativo de negociação e produção de uma comunalidade de sentido, estrutura e cultura” que já não necessita de um espaço físico comum pois a tecnologia permitiu a sua mediatização; é real se assim for percebida pelos seus membros, ainda que nunca saia do plano virtual.
O artigo permite concluir que a formação e desenvolvimento das comunidades é endógeno, e não exógeno, dentro da qual se resolvem problemas e que os problemas específicos no seu interior, enquanto comunidade, estão relacionados com a identidade dos próprios sujeitos.