O exemplo vem de cima

Catarina, 14 anos, já entrou nos Morangos com açúcar e costuma ser chamada pela agência de casting onde está inscrita para fazer figuração em novelas ou em anúncios. Desta vez foi um pouco diferente: ela e mais nove colegas da NBP Casting foram contratados para fazer figuração na apresentação do Escola – Plano Tecnológico da Educação.

“Chamaram-me e eu vim”, diz Catarina, que vai receber 30 euros por uma manhã de trabalho. Há um funcionário do Ministério da Educação que interpreta o papel de professor e aos miúdos cabe representar os alunos interessados que sabem usar as novas tecnologias. “A Ana foi à pastelaria e comprou 12 bolos. Em casa, a família comeu metade. Quantos comeram?” Seis, claro. Foi, diz Ana Rita, de sete anos, um dos papéis mais fáceis da sua curta carreira: “Já entrei na Ilha dos Amores. E gosto muito de computadores.”

Interpelados sobre o assunto, o primeiro-ministro José Sócrates e a ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues não se mostraram preocupados por estarem a estimular o trabalho infantil. “O evento foi organizado por uma empresa que é profissional e por isso quis mostrar como funciona o equipamento”, explicou a ministra. No final da apresentação, Sócrates congratulava-se pelo Plano Tecnológico: “com este projecto, o Estado cumpre o seu dever de liderar, de mostrar o caminho”. Embora o Estado nem sempre dê o melhor exemplo.

in DN

4 Comments

  1. boas, gostaria de comentar a noticia na categoria gallaecia mas infelizmente ai os comentarios nao estao disponiveis.

    Bem, concordo consigo, é mesmo preciso regionalizaçao, ja devia ter sido ontem.
    O norte é que produz os grandes empresarios e as grandes empresas mas perde-os para lisboa e o norte continua a ser uma regiao miseravel, a mais pobre da europa.
    Nao houvesse emigraçao e ja metade do norte teria morrido à fome ou provocado uma revoluçao para conquistar a independencia e viver por ele, governar-se a ele proprio.

    o norte nao precisa de ser colonia de lisboa.

    eu apoio a regionalizaçao e vou mais longe é preciso a independencia do norte.

    o nome da categoria esta correctissimo, Gallaecia ;)

  2. O que me está a deixar – já não digo indignado, já não digo furioso, já não digo perplexo – o que me está a deixar cansado com este governo pós-moderno é a maneira como faz tantas coisas sem nunca fazer nada.
    Muito cansado mesmo.

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