Nota prévia: votei SIM no referendo.
Mas enoja-me profundamente um país em que se pagam taxas moderadoras para ter uma consulta de obstetrícia, mas não para fazer um aborto. Enoja-me profundamente que num país com milhares de casais inférteis os tratamentos sejam tão caros e tão excessivamente reservados à coutada das clínicas privadas, ao mesmo tempo que o aborto, mais do que legalizado, foi liberalizado.
De igual modo, tempos houve em que as seringas para toxicodependentes eram gratuitas – mas as seringas para diabéticos não.
É uma estranhíssima concepção de moral e de justiça social.