Educação em rede: uma visão emancipadora

GOMEZ, Margarita Victoria. Educação em rede: uma visão emancipadora. São Paulo: Cortez, 2004, 216p.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782006000100015

Um dos méritos do trabalho é conceber a identidade no marco de um processo inacabado, no qual os sujeitos inconclusos aspiram a ser mais com base no encontro entre as pessoas. Dessa forma, a comunicação e o diálogo encarnam modalidades de concordância e conflito que devem ser enfrentados pelos sujeitos interagentes no interior da rede. No entanto, outro aspecto fundamental é o representado pelos círculos de cibercultura, nos quais o problema da identidade deve ser repensado e reintroduzido no âmbito das redes e em função da inconclusividade de homens e mulheres.

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A pedagogia da virtualidade está apoiada na apropriação tecnológica em razão dos princípios da educação popular, que objetiva o encaminhamento para a conformação de uma sociedade aberta e democrática que, por sua vez, deve sustentar-se na ética e na vontade política dos sujeitos.

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Um dos desafios da pedagogia da virtualidade é superar a cultura do silêncio, mediante uma criação de círculos na cibercultura. Nestes, homens e mulheres recuperam sua história, sua cultura, utilizando crítica e criativamente a Internet. Dessa maneira, ultrapassam as atitudes individualistas e solipsistas com base no método de colaboração, com o qual se busca liberar os espaços de participação dos cidadãos. Contudo, cabe pensar a educação a distância, entendida na perspectiva da pedagogia da virtualidade, como alternativa que não se homogeneíza no tempo e no espaço, e sim aquela em que as mediações dialógicas e o programa participativo permitam e potenciem de forma educativa o ser social.

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Durante o processo de criação de cursos na web, deve ser levado em conta que estes estejam orientados pelos princípios de educação popular, do rizoma, do programa participante, de sujeitos múltiplos e de mediações pedagógicas. Segundo nossa perspectiva, envolve uma prática concreta dos participantes, um tratamento do tema, da aprendizagem e da forma. Igualmente, implica uma situação sócio-histórica dos integrantes do projeto, uma organização de conformidade com as metodologias por eles construídas.

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Assim, no ato de educar criticamente na esfera virtual, a avaliação é o processo que permite desenvolver práticas que devem contribuir e melhorar as condições de vida, responder criativamente às necessidades sociais da educação e à potenciação pedagógica da nova tecnologia, tornando-a uma ferramenta a serviço da emancipação de homens e mulheres.

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