Ensino a Distância em Portugal: algumas perguntas

Foi recentemente dado a conhecer um relatório intitulado “Reforming Distance Learning Higher Education in Portugal”, preparado por um competente painel internacional, por solicitação do Ministério da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior. Mutatis mutandis, o que neste extenso documento se encontra corresponde, no domínio do ensino superior a distância, ao que foi feito num relatório da OCDE (“Reviews of National Policies for Education. Tertiary Education in Portugal”), divulgado em finais de 2006. Numa apreciação genérica, importa dizer desde já que o relatório está baseado em informação precisa, elabora análises objectivas e aponta para caminhos estimulantes, tendo em vista o desenvolvimento do ensino superior a distância em Portugal.

O trabalho do painel não ignorou que, em Portugal como noutras partes do mundo, o ensino a distância não tem sido uma matéria pacífica. Sempre que ele foi entendido como opção educativa ou como solução para qualificação, surgiram resistências: a criação e o desenvolvimento da Universidade Aberta tiveram de enfrentar (e enfrentam ainda) algumas dessas resistências, nuns casos motivadas por ignorância, noutros por reserva corporativa. As coisas tendem agora a mudar, sobretudo deste que as tecnologias da informação e da comunicação e o e-learning facultaram instrumentos de ensino e de aprendizagem pedagogicamente refinados e apelativos. Noutros termos: um método de ensino que antes era visto como precário e primário agora parece ser atractivo e eficiente.